Factóides sem lastro

Na iminência de ter que deixar o governo, cassado que já está pela Justiça Eleitoral, o governador Jackson Lago (PDT) tenta montar uma reação, tendo como estratégia a criação de inúmeros factóides. Alguns deles:
1 – A cassação é um “golpe”. O factóide não faz o menor sentido, de vez que reviravolta é o desfecho de um processo judicial longo, integralmente cumprido dentro das normas, com o amplo e irrestrito direito de defesa, um memorial em que as fraudes e falcatruas praticadas durante a campanha estão devidamente comprovadas.
2 – A população está indignada. Está, sim, mas não com a denúncia feita pela coligação “Maranhão – A Força do Povo”, nem com a cassação do mandato do governador por corrupção eleitoral. A indignação da esmagadora maioria dos maranhenses, a começar pela população de São Luís, é com um governo que se vendeu como “libertador” e terminou aprisionando o Maranhão na história como palco de falcatruas eleitorais.
3 – Jackson Lago é inocente. Não é. Alega que não participou das ações eleitoralmente criminosas do então governador José Reinaldo. Mas sabia de tudo, não discordou de nada, participou efetivamente da “cooperativa de candidatos” apoiada pelo governo e foi o grande beneficiário final do esquema.
4 – A “grande” maioria dos maranhenses não quis Roseana Sarney. Não existe “grande maioria” coisa nenhuma. Para quebrar esse factóide, basta lembrar que no 1º turno ela foi largamente vitoriosa com 1.282.053 votos contra apenas 933.089 do candidato do PDT, e no 2º turno, apesar do esquema de compra de votos, Roseana recebeu 1.295.880 contra 1.393.754 de Lago. Ou seja, a tal “grande maioria” é pura falácia.
5 – O voto do povo está sendo “desrespeitado”. Não é verdade. A Justiça Eleitoral existe para decidir sobre situações anormais, podendo anular votações, cassar mandatos contaminados e empossar votados que tiveram seus direitos usurpados pelos que compraram voto e macularam o processo eleitoral.
6 – Que deve ter outra eleição para governador. Nada disso. Quando confirmou a cassação, a Corte Eleitoral superior do país decidiu diplomar e dar posse ao 2º colocado, no caso a senadora Roseana Sarney, cuja legitimidade, sustentada pela votação que recebeu, é inquestionável.
Como se vê, são muitos factóides e quase nenhuma verdade no discurso balaio.

Com informações: O estado

3 Responses

  1. Caro Adonias, primeiramente quero informar que não sou maranhense, no entanto estou acompanhando o processo de cassação do Senhor Jackson Lago, como acompanhei o da Paraíba, e percebi que acontecem coisas que só são válidas no nosso Brasil de “Sarney e Renan”, que um governador que fica em 2º lugar numa eleição é quem assume, deixando que os votos do povo sejam jogados nas lixeiras do STE. Por que não realizar novas eleições, se houve realmente desvio de conduta dos candidatos cassados, ao invés do segundo colocado no pleito assumirem o cargo? Será que 7 ministros, que nem conhecem a realidade desses estados, tem mais representatividade, do que votos dados pela maioria do povo?. Desculpe-me caro repórter, mas pelo que você escreve, parece que você é muito chegado ao “SARNEY”, e isso não é muito bom.

  2. Adonias, eu soube de uma noticia e te passo para divulgação, é mais uma que a Prefeita e seu Vice aprontam.

    Em Presidente Dutra, dia 30/03/2009, durante a visita do Governador para inaugurar o Socorrão Regional, o Sr. Clodomir Paes aproveitou para fazer uma lambança na sua ida ao Ciretran daquela cidade. Alguns prestadores de serviços foram sumariamente demitidos pessoalmente pelo próprio diretor do DETRAN. Segundo o diretor, a demissão deu-se porque os prestadores de serviços reividicaram alguns direitos e fizeram algumas reclamações quanto a extinção de cargos e criação de outros para “contratação dos protegidos” da Prefeita Irene Soares e do Vice-Prefeito José Nunes Martins (Zezão).

  3. Realmente parece-me uma enorme contradição à democracia a decisão tomada pelo STE. Porém, meu caro Marques, que democracia é a nossa em que os corruptos sempre usurparam o poder. Onde pessoas de carater duvidosos podem disputar um pleito eletivo. Onde pessoas que respondem processos podem assumir um cargo de executivo e/ou legislativo. O mesmo país onde uma pessoa com o nome no CERASA não assumir um cargo público, onde prestou concurso e foi aprovado. Provando que os votos foram conquistados a custo de compras e outras ilicitudes tornam esses memos votos nulos, descaracterizando assim a vontade do povo. A punição a esses maculados é entregar ao segundo colocado.

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