Ministério Público pede expedição de mandado de prisão contra Guarda Municipal de Presidente Dutra por assassinato de jovem em 2011

Na última segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025, a Primeira Promotoria de Justiça, representada pelo Promotor Clodoaldo Nascimento, encaminhou ao Juízo da 1ª Vara da Comarca de Presidente Dutra um pedido para a expedição de mandado de prisão contra a Guarda Civil Municipal Elizabeth Araújo Cantanhede, conhecida como “Beth”. O motivo? O assassinato do jovem Wanderson Sousa Costa, ocorrido em 18 de julho de 2011. Neste caso que chocou a população de Presidente Dutra, no Maranhão, na época, a Justiça pode dar um passo decisivo para garantir que a responsabilização pelo crime seja finalmente cumprida.

O caso, que já completou mais de uma década, ficou mais grave após o trânsito em julgado da sentença, o que significa que todas as possibilidades de recurso foram esgotadas. Agora, o Ministério Público Estadual requer a execução penal definitiva, incluindo a expedição do mandado de prisão e o cumprimento da pena pela acusada. Além disso, a sentença prevê a perda do cargo público de Guarda Municipal ocupado por Elizabeth, e o MP solicitou ainda que o Município de Presidente Dutra tome as providências necessárias para garantir o cumprimento dessa determinação.

Relembre o caso

O crime ocorreu na madrugada de 18 de julho de 2011, por volta de 1h da madrugada, quando Wanderson Sousa Costa, então com 22 anos, conduzia uma motocicleta pela rotatória próxima à rodoviária de Presidente Dutra. Ele estava acompanhado de Romila Moura Ferreira, sua namorada na época. Segundo a denúncia do Promotor de Justiça Rosalvo Bezerra de Lima Filho, que atuou no caso inicialmente, Elizabeth Araújo Cantanhede dirigia um veículo que colidiu intencionalmente contra a motocicleta de Wanderson e Romila.

O atropelamento não foi um acidente, mas um ato de vingança. Minutos antes, Romila havia se envolvido em uma briga com Mara Ysa Rodrigues de Moraes, amiga de Elizabeth, no “Bar do Leudo”, localizado na Avenida Tancredo Neves. A discussão entre as duas mulheres escalou para agressões físicas, tanto dentro quanto fora do estabelecimento. Após o confronto, Elizabeth teria afirmado que mataria Romila como vingança.

Wanderson e Romila deixaram o bar de motocicleta, mas foram perseguidos por Elizabeth, seu irmão Hendel Araújo Cantanhede e Mara Ysa, que estavam no mesmo veículo. Na rotatória, próxima à rodoviária, o carro dirigido por Elizabeth atingiu a motocicleta por trás, atropelando Wanderson e Romila. No processo, testemunhas relataram que, após o primeiro impacto, Elizabeth teria passado novamente sobre as vítimas, deixando o carro parado em cima delas. Em seguida, todos os ocupantes do veículo fugiram do local.

Wanderson Sousa Costa não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já Romila Moura Ferreira sofreu lesões graves, que a deixaram em risco de morte e a incapacitaram para atividades cotidianas por mais de 30 dias.

A longa espera por justiça

O caso, que ficou marcado pela brutalidade e pela alegação de que o crime foi cometido por motivação pessoal, seguiu um longo caminho até chegar ao trânsito em julgado. A demora na resolução do processo judicial mostra os desafios enfrentados pelo sistema de Justiça brasileiro, mas também a persistência do Ministério Público e da família de Wanderson em buscar uma conclusão.

Com o pedido de expedição do mandado de prisão, a expectativa é que Elizabeth Araújo Cantanhede seja finalmente responsabilizada pelo crime e presa. A perda do cargo público, conforme determinado na sentença, também é um ponto importante, já que reforça a mensagem de que agentes públicos não estão acima da lei.

O assassinato do jovem Wanderson Sousa Costa, que era filho único de um casal de evangélicos, é um triste exemplo de como discursões pessoais banais podem terminar em tragédias irreparáveis para as duas famílias. A violência, motivada por vingança, não só tirou a vida de um jovem, mas também deixou marcas profundas na família e na população de Presidente Dutra. Por medo de sofrer ameaças, os pais de Wanderson foram obrigados a se mudar para o Povoado Nazaré, Zona Rural da cidade de Santa Filomena no Maranhão, onde hoje comandam uma pequena comunidade evangélica.

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PETIÇÃO MP – Elizabeth Cantanhede

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