Regras e possibilidades
Março e o reinado de Momo começaram com a classe política movida por quase 100% de certeza de que a governadora Roseana Sarney (PMDB) deixará o cargo para disputar cadeira no Senado, não estando, porém, definida a data em que se desincompatibilizará para cair na estrada atrás de votos, ainda que entre na luta como franca favorita. Mesmo assim, restam ainda segmentos que, mesmo sem convicção, acreditam na possibilidade improvável – mas não impossível, diga-se – de que a governadora vai permanecer no cargo até a conclusão do seu mandato, no dia 31 de dezembro. Nesse caso, as hipóteses são várias. Se Roseana sair no dia 5 de março, o presidente da Assembleia Legislativa (AL), deputado Arnaldo Melo (PMDB), assumirá o Governo do Estado, deixando ao seu substituto, no caso o deputado Max Barros (PMDB), a tarefa de comandar a eleição indireta do governador em 30 dias. No caso, ele pode ser candidato a governador indireto; se não for, poderá ser candidato à reeleição. Mas, se a saída da governadora ocorrer depois do dia 6 – ela pode sair até 6 de abril -, o presidente da AL, Arnaldo Melo, pode assumir, comandar a eleição e ser candidato a governador indireto, mas consciente de que, se não der certo, estará inelegível para outro mandato. Se, por acaso, decida tão somente assumir o Governo até o dia 5 de abril, poderá reassumir a presidência da AL e manter a elegibilidade. Nesse caso, passará o bastão de governador para o presidente do Poder Judiciário, no caso a desembargadora Cleonice Silva Freire, hoje a terceira na linha sucessória do Governo do Estado, que permanecerá no cargo até passar a faixa para o governador eleito pela Assembleia Legislativa. Esse cenário poderá ser bem mais movimentado dependendo de quem entrar no tabuleiro da disputa.
Pode ser
Uma situação que pode acontecer no cenário sucessório: o presidente Arnaldo Melo pode abrir mão de assumir o cargo de governador, seja renunciando à presidência ou dela se licenciando. No caso, o cargo de governador será assumido automaticamente pela presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Cleonice Freire, que na circunstância terá de passar o comando do Judiciário para sua vice, desembargadora Anildes Cruz. Essa possibilidade, prevista em várias hipóteses, tem mexido com os bastidores do Judiciário.
Quem será?
A eleição indireta para governador do Estado poderá ser disputada por candidatos indicados por partidos. Por exemplo: o secretário de Infraestrutura, Luis Fernando Silva, pode ser o candidato do PMDB, como pode sê-lo o deputado Arnaldo Melo – isso dependerá de decisão partidária e de grupo. Mas qualquer deputado poderá ser candidato, desde que tenha o aval formal do seu partido.
Tem vice
Atenção: a eleição indireta para governador exige a inscrição de chapa completa, ou seja, candidatos a governador e candidato a vice. Nos bastidores corre que o candidato a governador pelo PMDB terá companheiro de chapa do PT. E se o candidato pemedebista for Luis Fernando Silva, o seu vice será o mesmo que junto com ele disputará a eleição direta, em outubro.
Novo rumo
Deputados que vinham adotando uma postura mais refratária em relação à eleição indireta de governador mudaram o discurso, como se já houvesse posição definida. Líderes de vários blocos já pregavam ontem a unidade da bancada governista em apoio a um candidato único. E todos admitiram disposição para seguir a posição da governadora.
Pé de ouvido
A governadora Roseana Sarney e o presidente da Assembleia, Arnaldo Melo, devem conversar nos próximos dias. Roseana quer traçar as diretrizes da escolha de seu provável sucessor, mantendo Melo como o grande condutor de todo o processo. A expectativa é que, até a quarta-feira de cinzas, o pensamento dos dois chefes de Poder esteja afinado.