Em publicação no seu instagram e no da Polícia Civil, o Delegado Regional César Ferro fez um pedido inusitado para a população de Presidente Dutra, para não dizer estranho: não saia de casa para as ruas com objetos valiosos para não ser assaltado. Essa é a receita e ele citou como exemplo o roubo a um empresário da cidade que, sob a mira de um revólver foi obrigado a entregar seus pertences como, celular, cordão e pulseira de ouro a um criminoso durante assalto ocorrido na conveniência de posto de combustíveis local no último fim de semana.
“É um risco desnecessário”, disse ele. A fala do Delegado provocou reação imediata e lhe rendeu uma enxurrada de críticas e comentários negativos nas redes sociais e em grupos de watsapp. Minha mãe se viva fosse teria dito uma frase antiga. “O delegado apanhou que só galinha para largar o chôco”.
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A maioria das pessoas ficou chocada com o pedido do delegado regional. Em vez de César Ferro e sua equipe – outrora tão ágil – dar uma resposta para a população, prendendo os autores desse covarde assalto, numa infelicidade sem tamanho, se limitou a pedir que ao cidadão que, “ao sair de casa deixe todos seus pertences de valor para não ser assaltado e não “ostentem nada em rede social”. “Só faltou pedir pra gente sair de casa nu”, comentou um comerciante em tom irônico.
A revolta da população vem na esteira da inoperância da Polícia Civil do Maranhão que há muito vem esquecendo o essencial, que é garantir de fato e com afinco a segurança da sociedade maranhense como um todo. Em alguns casos é acusada de agir sob tutela do corporativismo supostamente protegendo os seus, como no inquérito que apura a morte de Hamilton César Lima Bandeira, morador do Povoado Calumbi assassinado a tiros por três policiais civis lotados na 13ª DP, cujo delegado regional é César Ferro. Os três agentes, para revolta da família do jovem, continuam trabalhando normalmente como se nada tivesse acontecido.
Quem assiste o vídeo chega à conclusão de que, sob a ótica do delegado César Ferro, não é a polícia que tem a obrigação de proteger o cidadão e sim o cidadão que tem que se proteger dos assaltos saindo de casa a pé e somente com a roupa do corpo.
E olhe que a orientação vem de um delegado midiático que até já foi notícia nacional por ter comprado uma bola e dado de presente para um grupo de crianças que foi registrar queixa contra uma senhora que teria rasgado a bola deles.
Na minha opinião, a declaração do Delegado César Ferro foi no mínimo inoportuna, descabida, desastrosa e infeliz.