
As escolas municipais do município de Vitorino Freire irão retornar suas atividades com aulas remotas. O anúncio foi feito pelo secretário municipal de Educação, Geone Batista, nas redes sociais da Prefeitura.

A medida é uma cópia das decisões tomadas no “novo normal” da pandemia de coronavírus, que determinam o reinício das aulas. O secretário não informou detalhes de como serão realizadas as aulas à distância, apenas mencionou uma Plataforma que, como se sabe, exige que os alunos disponham de um equipamento com acesso à internet, computador, tablet ou notebook. Não há informações oficiais, até o momento, se a administração da prefeitura Luanna Bringel vai comprar tablets ou notebook para distribuir aos alunos da rede municipal.

Sem o mínimo de sensibilidade com a realidade maranhense, a determinação desconsidera que o Maranhão tem o maior índice do Brasil de casas sem internet, segundo o IBGE. Apenas 24% dos lares maranhenses possuem tablet ou computador. O estado também é, entre todas as unidades da Federação, com menos pessoas, com 10 anos ou mais, que possuem celular. Para completar, dezenas de escolas foram fechadas, logo no início da administração atual, na zona rural. Algumas estão em estado degradante com fezes de animais, matagal em uma péssimo exemplo de desperdício de dinheiro público. Se nem a “lição de casa” da Educação municipal foi feita, o que se dirá da decisão de ministrar aulas com aparato tecnológico?
Crianças que vivem nos povoados de Vitorino Freire estão sendo excluídas de um dos direitos mais básicos assegurados pela Constituição Federal.