Com nome fictício e jeitão de galã, Nicodemos, agente da Polícia Federal especializado em infiltrações, se aproximou de uma parente de um dos criminosos que retiraram R$ 164,8 milhões do cofre do Banco Central de Fortaleza (CE), em 2005. Ele engatou um relacionamento com a mulher e conseguiu boa parte das pistas que levaram aos chefes do furto, informa reportagem de André Caramante publicada na edição deste domingo da Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal). Em 2005, três dezenas de pessoas consumaram o maior furto do país com uma estratégia típica de filmes de ação: por um túnel de 89 metros, retiraram o dinheiro do cofre do banco. Agora, cinco anos depois, começam a surgir detalhes da operação que identificou os chefes da quadrilha. Entre esses detalhes, o mais inusitado também tem ares cinematográficos. O roteiro, porém, se assemelha mais a um filme de amor. Adotando estilo romântico, o agente conquistou o coração de uma moradora de Boa Viagem (216 km de Fortaleza) parente de Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, personagem central do furto ao banco. Ao fazer parte do dia a dia da família, Nicodemos teve acesso a detalhes sobre o megafurto e alimentou ações policiais. Quando a PF teve convicção de que sete dos acusados de furtar o banco eram da cidade, Nicodemos, o forasteiro que chegou com a conversa de formar família, sumiu. Talvez até hoje a mulher abandonada não saiba que, na realidade, viveu um falso caso de amor.
Com informações da Folha Online